


Olá! Chamo-me Ana Filipa, tenho 40 anos e vivo em Lisboa. Agradeço o desafio de partilhar a minha curta, mas transformadora, experiência como aluna da escola Swim4Fun.
Não é só a minha experiência na Swim4Fun que é curta. Na verdade, a minha experiência como nadadora tem apenas um ano e como praticante assídua de desporto, cerca de cinco.
O primeiro contacto que tive com aulas de natação foi aos 4 anos e durou apenas umas horas. Naquela altura, eu era mais alta do que a maioria das crianças da turma o que levou o professor a assumir que eu era mais experiente e a colocar-me numa piscina na qual não conseguia ter pé. Foi uma experiência assustadora, sobretudo porque foi também nessa altura que percebi que não via bem ao longe. Apesar de já estar a usar óculos há umas semanas, na piscina tudo era diferente. A conjugação de não ter pé, com não conseguir ver bem, impossibilitou-me de me expressar com clareza e de pedir ajuda ao professor. O resultado foi uma experiência que, além de assustadora, foi muito frustrante, acabando por catalogar o desporto como algo perigoso, difícil, inalcançável para alguém como eu.
Por muito que os meus pais insistissem para ultrapassar essa ideia, consegui passar pelos pingos da chuva, saltando as aulas de educação física sempre que podia, e afastando-me cada vez mais da prática de desporto. Até que aos 30 anos comecei a explorar algumas atividades como caminhadas na natureza, yoga e surf; mas foi aos 35, quando comecei a praticar kickboxing/muay thai, que pela primeira vez experienciei uma rotina de treinos prazerosa, regular e produtiva.
De repente, chegou a vontade de experimentar triatlo, há cerca de um ano. Tudo era novo, aliás, ainda o é, desde a natação, à bicicleta, à corrida, mas o que podia ser esmagador, na verdade, transformou-se numa oportunidade de aprender algo novo todos os dias.
Recordo-me que na primeira vez que nadei em águas abertas, senti-me a entrar numa espiral de desconforto: frio, ondas, correntes, fundo, respiração, equipamento, boia a voar, vento, tudo ao mesmo tempo e em alta intensidade – assim era a minha sensação.
Recentemente, comecei a fazer aulas na Swim4Fun, pois é hora de começar a levar cada segmento do triatlo a outro nível. Em pouco tempo, semanas apenas, consegui encaixar aspetos técnicos que estão a reduzir muito a sensação de cansaço e a melhorar os tempos, sem que sequer pensasse nisso. A confiança na professora é total; a sensação que tenho é que ela vê o que eu nem estou ainda a sentir, corrigindo-me ainda antes de eu perceber que estou a fazer algo menos bem. E tudo isso, com leveza e foco ao mesmo tempo.
Aos poucos, fui aprendendo a gerir o turbilhão através da respiração, descobrindo o poder de me acalmar a mim própria, apesar das variáveis que me rodeiam. Aprendi também a fazer uso dos recursos que existem atualmente, tais como fato com espessura adequada ou óculos de natação graduados para me dar mais confiança.
Graças ao triatlo e em particular, ao segmento de natação, descobri a possibilidade de entrar no mar durante todo o ano e de ver os lugares de outra forma. Uma viagem já não é só uma viagem, passa a ser uma oportunidade de nadar noutro local, descobrir um fundo do mar diferente, outro sal, outras sensações.
Chegar à prática regular de desporto aos 35 anos assinalou um antes e um depois na minha relação comigo própria. Comecei a valorizar o percurso único de cada pessoa, sobretudo o meu, e a respeitar cada conquista, por mais subtil ou discreta que possa parecer.
Em 2024, participei em 2 provas de triatlo e terminei-as com alegria e com uma sensação de superação única. Para 2025, o meu compromisso é viver cada dia como uma oportunidade de me superar.
Obrigada!
Ana Filipa