Diário de uma sereia iniciante – Global Ocean Cascais 2025

Caminhando pela Marina de Cascais, vejo o corpo d’água onde estamos prestes a competir – a praia é minúscula, com barcos de lazer de todos os tipos e tamanhos espalhados… entre eles, algumas boias amarelas gigantes flutuam alegremente. Hm… onde é que a gente vai nadar? Bem, com certeza vai dar tudo certo, já que algumas provas já aconteceram pela manhã!

Hora da tradicional foto da família Swim4Fun antes de entrarmos na água para um breve aquecimento. Junho é o melhor mês para essas competições. A temperatura do ar costuma estar agradável e quente, mas sem o calor escaldante do pico do verão. O mar está tão calmo que parece um espelho. Até a temperatura da água está ótima: 18,5ºC!

Hoje estou aqui para a prova de 1.500 metros no Global Ocean Cascais. Aparentemente, ao passar de uma certa idade, entras na categoria “masters”. Que delicadeza! Enquanto a maioria de nós se aquece, o locutor anuncia: vamos formar um círculo na água para simbolizar nossa união e amor pelo oceano — isso é novidade, mas uma ideia tão bonita. Estendo a mão para a nadadora tímida ao meu lado, que parece perdida em pensamentos.

O mar de toucas cor-de-rosa agora migra para a linha de largada… um trecho da praia com cerca de 25 metros de largura. “Passe a primeira boia pelo lado esquerdo, depois todas as outras pelo direito”, diz o briefing no microfone. Só consigo ver a primeira boia… e o resto? Imagino que verei depois!

A buzina soa e corro para dentro da água, como a nossa treinadora já nos treinou muitas vezes. Esta é apenas minha segunda prova oficial, mas já não me assusto com o contato físico das braçadas, pernas e troncos espirrando água! Vai, vai, vai. Foco nas braçadas: 1, 2, respira, 1, 2, respira. Ai, devia ter feito um aquecimento mais rigoroso, já sinto os músculos resistindo…

A primeira boia já ficou para trás, onde está a segunda? Não sei, só consigo seguir o enxame de braços à minha frente. Ah, lá está ela — a boia amarela fofinha com o nome Global Ocean. Depois de duas curvas de 90 graus à direita, estou de frente para a baía. Ih… onde está todo mundo? Onde está a última boia? Vejo uma vista panorâmica de barcos bonitos e casas coloridas. Uma paisagem normalmente encantadora vira o pesadelo do nadador — não consigo encontrar uma linha clara até o arco de chegada. Então lembro-me: a Bibiana disse para mirar na casa amarela na volta. Ok, vou tentar… Navegar é uma habilidade essencial na natação em águas abertas. Mas, no meu nível, nadar em linha reta sem as linhas da piscina já é um desafio.

Depois de muito zigue-zague, chego ao funil entre as duas pirâmides amarelas. Força final!! Dou um “sprint” que parece os últimos 100 metros (bom, “sprint” é um termo bem relativo aqui!). Fico feliz que haja um mini arco para passar por baixo, dá um toque de parque de diversões à prova. Agora já vejo a areia sob os meus pés. Tento colocar os pés no chão — ainda muito fundo… mais algumas braçadas, então levanto e corro, corro, corro… cheguei! Eles escaneiam o meu chip.

Alguns colegas da equipa estão a comer maçã e a tirar as roupas de neoprene, eu recupero o fôlego e olho para a cena do que acabei de viver. A água está incrivelmente calma hoje, apesar do percurso confuso. 1.500 metros nem pareceu tão mau. Estou pronta para treinar mais, melhorar meu condicionamento e técnica. E com muitos dos meus colegas da equipa no pódio, carregando a bandeira do nosso time, comemoramos mais um evento de sucesso! O clube Swim4Fun conquista o terceiro lugar geral – um feito extraordinário para um clube com apenas um ano de existência!

Frances Cave

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