
Sempre fui apaixonada por natação, mas as dificuldades na minha juventude não ajudaram muito. Aprendi a nadar já na adolescência quando consegui inscrever-me no Sport Algés e Dafundo, comprar um fato de banho e uma touca, chinelos não havia!
Tive o privilégio após alguns anos de ter como professor Shintaro Yokochi e nadei na pista ao lado de Alexandre Yokochi, finalista dos 200 mt bruços nos olímpicos de Los Angeles em 1984. Na altura nada disto teve importância para mim e quando Yokochi pai me começou a cobrar velocidade (que não tinha!), após alguns sustos nos saltos e ponteiradas no rabo (sim, naquela altura não era estranho levar-se com um belo ponteiro quando se ficava para trás!) a coisa deixou de ter piada e a competição não era para mim!
Ao longo dos anos futuros sempre fui fazendo algum desporto, passeios e caminhadas, escalada, também passei pelas artes marciais, onde conheci o marido, e mais tarde, já os dois ficámos pelo ginásio.
2020 – covid, e agora?!
Em casa a motivação foi morrendo e quando os ginásios reabriram não queríamos voltar para dentro de paredes.
Numa bela e abençoada manhã de sábado assistimos por acaso, a uma reportagem na TV sobre a primeira escola de natação em águas abertas, que devido ao covid tinha “reinventado” a natação no mar, promovia e acompanhava grupos que queriam nadar no mar…
– Marido! É isto que vamos fazer… vamos começar a nadar no mar!
As gargalhadas ao meu lado foram de tal forma estridentes que todo o quarteirão vizinho deve ter ouvido…
– Tu?! Nadar no mar? – disse ele com desdém – Nem à praia vamos porque o Sol é muito quente, a água é gelada, a areia pica, nem os pés molhas… estás a delirar!
Disse tudo o que precisei ouvir para me desafiar. Liguei, questionei e decidi! Fizemos o teste necessário para poder começar e começámos. No início com muitas dificuldades, o medo, o frio, o desconhecido, mas nunca dei parte fraca e 3 semanas depois fizemos a primeira prova, a meia milha da Ericeira. Confesso que quando cheguei e vi as boias ao longe só pensava como iria lá chegar, mas cheguei e finalizei, em último lugar.
Desde 2021 até hoje nunca mais parámos, o mar é o nosso ginásio e todas as semanas seja verão ou inverno pelo menos uma vez por semana estamos lá. Com a continuação fomos percebendo que voltar à piscina fazia todo o sentido para aprender a técnica em ambiente controlado e perceber alguns detalhes de aperfeiçoamento que muitas vezes nos escapam. A aprendizagem é uma constante e além disso uma vez por semana já não parecia suficiente.
Numa das nossas aulas de mar tivemos como coach a nossa querida Bibiana Farias que ficou na nossa cabeça (pelos seus ensinamentos) e no nosso coração (pela sua paciência e simpatia).
Graças às redes sociais nunca mais a perdemos de vista e assim que tivemos conhecimento do clube SWIM4FUN não poderíamos deixar de fazer parte e como era de esperar fomos extremamente bem acolhidos.
Quando nadamos, sempre acompanhados dos nossos grupos de amigos estamos completos de corpo e alma, de coração cheio, seja no mar ou na piscina, em provas ou em passeios.
https://www.facebook.com/CMCascais/videos/porqu%C3%AA-nadar-em-%C3%A1guas-abertas/1058334961469642
Anabela Fernandes